sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A importancia na Educação Infantil

A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Nos dias atuais, professores e educadores deparam-se com diversos problemas de ensino-aprendizagem, por não conseguirem ensinar ou pela falta de interesse dos alunos. As aulas tornam-se monótonas e sem motivação, logo as crianças freqüentam a escola por obrigação, pela necessidade que seus pais tem de deixá-las para poder trabalhar.
Não se pode julgar, nem afirmar que isso ocorre em todas as escolas, com todos os professores, educadores ou com todos os alunos.
Porém cabe lembrar que aqueles profissionais preocupados com a educação buscam metodologias diferenciadas, tudo para cativar o aluno e incentivá-lo a prender prazerosamente.
E uma das metodologias, que é o trabalho com a ludicidade, apresenta grandes benefícios à educação, auxiliando no desenvolvimento afetivo e cognitivo da criança, através de brincadeiras elas desenvolvem suas habilidades, obtém estímulo para seu crescimento e ajuda em sua competitividade, além de proporcionar uma agradável estimulação corporal. Os jogos lúdicos devem ser a base fundamental dos exercícios apresentados às crianças pelo menos durante o período escolar.
Contudo, estabelecer atividades lúdicas com crianças de educação infantil, é difícil, pois exige muito do professor. Este deve estar atualizado e sempre inovando para que não torne suas aulas repetitivas e apresente novas brincadeiras e jogos.
Nesta perspectiva o problema a ser pesquisado engloba qual a importância do lúdico no processo ensino-aprendizagem das crianças de Educação Infantil.
Este tema proporciona uma visão holística, ou seja, uma visão do todo, das estimulações, da forma de aprendizagem, da aprovação das atividades realizadas pelos alunos e principalmente da grandeza de se trabalhar a ludicidade na criança, fazendo com que ela participe ativamente das aulas e assim crie sua personalidade, imite, imagine, solucione problemas, interaja socialmente e principalmente, aprenda por meio das brincadeiras.
Como as crianças aprendem melhor brincando, deve-se ter cuidado para que as brincadeiras sejam significativas, fazendo com que haja assimilação objetiva da atividade direcionada. O brincar proporciona aprendizagem e integra os alunos socialmente. Com a ludicidade o professor conseguirá tornar suas aulas mais produtivas e estimuladoras. Para Suntton e Smith (1971)

“as crianças classificadas como mais lúdicas, são mais engajadas em atividades físicas durante o brinquedo, mais alegres e bem humoradas, mais flexíveis com o grupo – saíram-se melhor em tarefas como: sugerir novas idéias sobre o uso de brinquedos, novos títulos para histórias, listas mais ricas de nomes de animais, de coisas para comer, de brinquedos, etc.” (SUNTTON e SMITH apud ROSA e NISIO, p. 46)

Em aulas onde o lúdico está presente, espera-se que os alunos aproveitem melhor os momentos que passam em sala. Com base nas pesquisas de Suntton e Smith acredita-se que a criança ao aprender com entusiasmo irá repetir o que aprendeu, e já que a repetição é uma forma de aprendizagem, aprenderá cada vez mais com prazer.
Vale lembrar que as aulas não devem ser compostas apenas por ludicidade, apesar de termos a ciência de que o lúdico ajuda na absorção de conhecimentos. É importante ainda que a criança vivencie momentos de conversa, experiências e atividades direcionadas. Tudo para que a criança não julgue as brincadeiras apenas como diversão.
Por meio das brincadeiras inúmeros problemas são sanados, devido à naturalidade com que se processa. Isso acontece quando a criança vence um jogo, pois vem reforçar o prazer de brincar, animando, estimulando e dando confiança em si.
O objetivo desta pesquisa é identificar a importância do lúdico no processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil. Para isso desenvolve-se temas como o entendimento do brincar e do lúdico na prática pedagógica, como ocorre a aprendizagem na Educação Infantil e identificação da ausência da brincadeira e suas conseqüências no desenvolvimento afetivo e cognitivo da criança.
No primeiro capítulo, nomeado como entender o brincar e o lúdico na prática pedagógica, consta o processo de desenvolvimento da criança, que como ponto de partida para o desenvolvimento da pesquisa, dá direcionamento para a inicialização do trabalho com crianças da educação infantil. A partir desse conceito, desenvolve-se conteúdos e significados da brincadeira e da ludicidade, preocupando-se sempre em abranger a prática do professor em sala de aula, sua conduta perante seus alunos e demonstração da importância das brincadeiras no processo ensino-aprendizagem. Este processo significativo, quando trabalhado de maneira correta durante a Educação Infantil, conseqüentemente acarretará um desenvolvimento eficaz na vida desses aprendizes. Influenciando, após, também em fase adulta, como em sua socialização e cumprimento de regras
No decorrer do trabalho, já no segundo capítulo será apresentado da seguinte forma: como ocorre a aprendizagem na Educação Infantil? Compreende-se que a criança em suas vivências escolares e pessoais está formando, a partir desse convívio, sua personalidade. Mas também, aprendendo com o ambiente que a rodeia. Logo, entende-se que o meio em que a criança vive deve ser portador de estimulações significativas, experiências que venham contribuir para o desenvolvimento afetivo e cognitivo dos pequenos. Sendo cabível ao professor proporcionar, através de jogos e brincadeiras, situações-problemas que possam vir a ser resolvida pelos alunos, em grupo ou individualmente.
Sabe-se que em ambos a criança está trabalhando sua cognição, pensamento e independência, mas o que é muito importante se trabalha na grupal, a socialização. Com a socialização a criança aprende a conviver junto, respeitar a próximo, unir forças e pensamentos, elaborar regras que todos precisem cumprir fazendo os pequenos pensar num todo, não apenas em si e principalmente cooperar com seus colegas ajudando em suas dificuldades.
Os autores como Piaget e Kishimoto, que falam do lúdico são todos de caráter pesquisador. Piaget começou estudar o comportamento infantil a partir de seus filhos, e diz: ”quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui” (PIAGET, 1971), ou seja, a criança cria outra função para o objeto, estimula sua imaginação, fazendo com que outra realidade se projete diante dela. Como afirma Kishimoto, “ao permitir a manifestação do imaginário infantil, por meio de objetos simbólicos dispostos intencionalmente a função pedagógica subsidia o desenvolvimento integral da criança.” (KISHIMOTO, 1994, p. 22) o desenvolvimento na criança acontece quando ela participa ativamente das aulas, quando se torna sujeito da aprendizagem, pois assim consegue interagir socialmente e de forma lúdica, aprendendo os valores que ficarão para toda vida. Nesta fase, o que importa para as crianças são suas experiências cotidianas.
O brinquedo ou a brincadeira pode ser uma fuga para criança, uma forma de sentir-se segura, longe de coisas que não gosta de ver, fazer ou estar por perto, como diz Vygotsky:

“o brincar tem sua origem na situação imaginária criada pela criança, em que desejos irrealizáveis podem ser realizados, com a função de reduzir a tensão e, ao mesmo tempo, para construir uma maneira de acomodação a conflitos e frustrações da vida real.”(CITAR)

No momento em que os pedagogos em geral se despertam para atribuir importância às atividades lúdicas no processo de desenvolvimento humano e propõe a disseminação de espaços lúdicos como formas de concretar a inovadora maneira de pensar pedagógico depara-se com uma provável profissão emergente, ou seja, a formação do brinquedista ou ludotecário, como Kishimoto gosta de chamar. Logo valorizando as atividades lúdicas e obtendo-as como um recurso indispensável nas atividades para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças, surgirá uma nova possibilidade de ensino.
Porém, há ainda a necessidade do interesse do pedagogo pelo brincar, pois ele também necessita estar ludicamente capacitado para então proporcionar desenvolvimento às crianças.
Desta forma, todas as atividades lúdicas poderão apresentar resultados notáveis. Como por exemplo, a contação de histórias, onde o professor e as crianças conseguirão brincar com figuras e palavras, realizando uma atividade prazerosa e proporcionando uma rica fonte de imaginação, pois as histórias transportam o ouvinte para uma viagem. Além de ouvir novas palavras e conhecer outras culturas os alunos estarão se divertindo.
O brinquedo quando utilizado corretamente no ambiente escolar, ajudará na aprendizagem da criança dentro da sala de aula, porém o professor deverá saber como empregar este brinquedo para ajudar e não para tirar a atenção do aluno,

“se brinquedos são sempre suportes de brincadeiras, sua utilização deveria criar momentos lúdicos de livre exploração, nos quais prevalecem à incerteza do ato e não se buscam resultados. Porém, se os mesmos objetos servem como auxiliar da ação docente, buscam-se resultados em relação a aprendizagem de conceitos e noções ou, mesmo, ao desenvolvimento de algumas habilidades. Nesse caso o objeto conhecido como brinquedo não realiza sua função lúdica, deixa de ser brinque do para tornar-se material pedagógico.” (KISHIMOTO, p.14)

Seguindo o pensamento da autora, e de todos os outros autores contidos no decorrer da pesquisa, obtém-se o pensamento de que em instituições de ensino comprometidas com o desenvolvimento de seus alunos, o brincar por brincar, apesar de ser estimulador, não deve ser adotado diariamente. E que há necessidade de os professores direcionarem atividades lúdicas, promovendo estimulação, e esta, agindo eficazmente no desempenho cognitivo e afetivo dos alunos.